sábado, 28 de maio de 2011

Entrevista com o Rapper Fiell - Rádio Comunitária Santa Marta Santa

Em entrevista a Raquel Júnia (EPSJV-Fiocruz) o rapper Fiell fala sobre a importância de uma comunicação popular democrática, as dificuldades impostas por um Estado onde o pobre não tem vez nem voz, massacrado pelo braço armado e insultado pela hegemonia da grande mídia, muitos ainda resistem como vemos em seu relato sobre a experiência de luta da Rádio Santa Marta (que teve seu transmissor apreendido pela ANATEL no dia 03 de maio, dia da liberdade mundial de imprensa). Segue alguns trechos:



"Se não tivermos perspectivas estamos mortos, temos que avançar. Um dos principais motivos pelos quais não avançamos é o desconhecimento. Quando você publiciza alguma coisa, o povo fica sabendo e reage. A mesma coisa acontece com outros direitos, como o direito à saúde, à moradia. A comunicação hegemônica mantém o povo paralisado, engessado. As rádios comunitárias vêm para trocar ideias com o povo, mostrar seus direitos e deveres e tentar caminhar de outras formas, com escolhas. Há pouco interesse do poder público em mudar isso. Essa mudança se dará pela luta popular, das organizações em defesa da democratização da comunicação e de outros setores da sociedade que vão querer dialogar sobre isso e exigir que mude, que o povo tenha realmente acesso à comunicação, não só na teoria, mas na prática"
(...)
"Mas temos que lutar mesmo porque nada será dado de forma voluntária aqui no Brasil, terá que ser conquistado na marra, de forma organizada. Isso tudo só irá mudar quando entendermos uma coisa: que esses governantes precisam ser subordinados ao povo e não o povo subordinado ao governo. Quando entendermos isso, tudo mudará."
(...)
"Infelizmente, no Brasil, quando você fala a verdade, é criminalizado e tirado de circulação. Quando você se organiza, alguma coisa acontece, e sempre terá repressões. Quando buscamos um coletivo, o poder para o coletivo, isso desagrada muita gente, e o próprio governo. Porque vivemos em um país capitalista onde a lógica é individual e da competição e conosco aqui a lógica é coletiva, todo mundo tem voz, todo mundo é igual e todo mundo pode fazer. Então, isso incomoda a quem não adere a essa filosofia. Por mais que tentem, nunca vão calar a voz do povo"
Fiell

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