Por Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência
DIA 23 DE JANEIRO, ÀS 14HS, DIANTE DO PRÉDIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
DIA 23 DE JANEIRO, ÀS 14HS, DIANTE DO PRÉDIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
AVENIDA MARECHAL CAMÂRA, 370, CENTRO
Maiores informações nos seguintes telefones: 74397336 ou 91595305
As
chamadas “transformações” recentes pelas quais o discurso oficial afirma
o Rio de Janeiro está passando ignora, como não poderia deixar de ser,
as inúmeras violações de direitos humanos cometidas neste processo.
Destacam-se, fundamentalmente, a remoção compulsória de moradores de
favelas em função das obras para os megaeventos esportivos, o
deslocamento forçado de pessoas de áreas inteiras para a implementação
de grandes projetos econômicos e a militarização de regiões pobres,
através das Unidades de Polícia Pacificadora. Além disso, observa-se a
perseguição à militantes, como é o caso dos pescadores que lutam contra a
destruição do meio ambiente e da perda de empregos, além daqueles que
se insurgem contra a violência policial.
Apesar de
um contexto cada vez mais desfavorável, muitos ainda se levantam contra
as injustiças e se organizam coletivamente para lutar contra as
arbitrariedades, especialmente aquelas cometidas por agentes e agências
do Estado. Nestas duras batalhas, recorre-se a algumas instituições
públicas. Na verdade, apela-se para alguns de seus integrantes que,
fazendo jus à função pública para o qual foram designados (por eleição
ou por concurso público), garantem o respeito à lei e encaminham
institucionalmente os casos de violações de direitos. Embora saibamos
os limites próprios a estas instituições (afinal, fazem parte do
Estado), elas são, legalmente, obrigadas a darem alguma resposta às
demandas populares, especialmente quando são os seus agentes que cometem
violações.
Entretanto,
infelizmente, as autoridades públicas responsáveis por estas
instituições pretendem transformá-las em algo inacessível à população,
especialmente àquela parte que mais tem sofrido as consequências
nefastas das “transformações” recentes. Tudo começaria ainda em 2009,
quando o governo do estado destitui Célia Ravera do cargo de presidente
do Instituto de Terras, cuja orientação, até aquele momento, era
favorável às comunidades. Posteriormente, com as mudanças ocorridas em
2011 na Defensoria Pública, observamos a desarticulação, politicamente
programada, de inúmeros núcleos especializados, entre eles o Núcleo de
Terras e Habitação, um dos mais atuantes em defesa dos direitos dos
moradores de favelas.
Recentemente,
no início deste ano, tivemos mais duas notícias negativas:
inicialmente, a possível destituição do deputado estadual Marcelo Freixo
do cargo de presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia
Legislativo, órgão ao qual muitos recorrem para realizar denúncias e
encaminhá-las institucionalmente. Posteriormente, a retirada de Leonardo
Chaves da coordenação da Subprocuradoria de Justiça, Direitos Humanos e
Terceiro Setor do Ministério Público. Essa, talvez, uma das mudanças
mais problemáticas, haja vista a natureza elitista que até hoje
caracteriza o MP, instituição de difícil acesso por parte da população.
Repudiamos
todas essas absurdas alterações e exigimos o retorno imediato dos
referidos servidores públicos aos seus cargos. Consideramos seu
afastamento como um ataque à defesa dos direitos humanos no Rio de
Janeiro e não iremos admitir isso!
Familiares de vítimas de violência policial, integrantes da Rede contra Violência, farão ato público, no próximo dia 23 de janeiro, às 14hs
, diante da sede do Ministério Público, para exigir a restituição do
subprocurador Leonardo Chaves ao seu cargo. Vamos participar! Não
podemos admitir mais esse ataque!
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