O Movimento Nacional de Luta pela Moradia – RJ repudia a repressão e a truculência do Governo do Estado e da Prefeitura do Rio de Janeiro face às manifestações dos profissionais de educação. Em greve desde o dia 8 de agosto de 2013, os profissionais de educação da rede estadual e municipal têm enfrentado o descaso e o autoritarismo dos governos, que ora se negam a receber a categoria ora não se comprometem com o que é acordado. Como se não bastasse, utilizam a violência policial para garantir o prosseguimento da política de privatização da educação pública e precarização dos profissionais da categoria.
A truculência policial dos dias 28 de setembro e 1º de outubro foi emblemática e deixa clara a postura dos governos na condução das políticas sociais (educação, saúde e habitação). Ao enviar para a Câmara dos Vereadores um plano de cargos e salários (PCCR) que exclui 93% dos profissionais o prefeito provocou indignação e revolta de pelo menos 80% da categoria em greve, que, no intuito de evitar as votações e exigir a retirada do PCCR, empreendeu diversas ações, como a ocupação da Câmara dos Vereadores (26/09), o acampamento na porta da mesma e seguidos atos que contaram com a participação de milhares de educadores com o apoio de diversas organizações da sociedade civil.
Na noite do dia 28 de setembro, sem nenhuma liminar, a Polícia Militar (PMERJ), cumprindo ordem do Governador Sérgio Cabral, a pedido do presidente da Câmara dos Vereadores, Jorge Felippe, retirou à força os profissionais da educação que ocupavam o plenário da Câmara. Foram utilizados spray de pimenta, armas de choque, socos e pontapés contra os ocupantes, entre eles também vereadores que tentavam garantir a segurança de todos, gerando um verdadeiro massacre, comprovado por imagens que circulam na internet. Do lado de fora, educadores e manifestantes que davam apoio à causa foram reprimidos violentamente com empurrões e pancadas de cassetetes. Com a chegada do Batalhão de Choque (mascarados e sem nenhuma identificação), a truculência só aumentou. Bombas de gás, spray de pimenta e tiros de borracha foram lançados arbitrariamente contra pessoas desarmadas que estavam sentadas à frente do grupamento. Professores foram presos e levados para a 5ª DP no centro e mais de 20 saíram feridos e prestaram queixa na mesma delegacia.
Apesar do repúdio da população à ação policial do dia 28 e passando por cima dos interesses da grande maioria da categoria, os vereadores da base governista (imensa maioria na câmara) deram continuidade ao processo de votação do PCCR. No dia 1º de outubro finalmente inicia a votação. Para garantir a realização da sessão, a polícia cercou com grades o entorno da Câmara dos Vereadores e um verdadeiro exército de policias, principalmente do batalhão de choque, sitiou as ruas adjacentes, cerceando o direito de ir e vir da população, inclusive dos militantes do MNLM-RJ moradores da Ocupação Manoel Congo, localizada ao lado da Câmara.
Conforme a sessão avançava, a revelia de milhares de manifestantes que se concentravam na Praça da Cinelândia e em parte da Avenida Rio Branco, a indignação ia aumentando. Para garantir a continuidade da votação, iniciou-se uma chuva de bombas de gás para dispersar a população que protestava pacificamente. A polícia avançou em direção aos manifestantes, que incluía profissionais da educação aposentados de idade avançada, que sem alternativa recuavam. A violência se espalhou por todo o centro da cidade, num verdadeiro cenário de guerra. Trabalhadores foram atingidos por balas de borracha e passavam mal com os efeitos do gás, já a polícia parecia indiferente aos gritos de repúdio da grande maioria da população e avançava violentamente em direção aos manifestantes. Vários trabalhadores, muitos que não estavam na manifestação, reagiram jogando pedras e com gritos ofensivos à Polícia Militar.
Os últimos dias evidenciaram a política autoritária do governo estadual e municipal, em especial no que tange as políticas sociais. A ditadura Paes e Cabral não se impõe somente aos profissionais de educação, mas a todos os trabalhadores e trabalhadoras, principalmente os mais empobrecidos. A política de remoções, no qual mais de 65 mil famílias já foram expulsas de forma truculenta de suas casas na cidade do Rio de Janeiro, a política de pacificação que impõe o controle militar das favelas, são exemplos do descaso com as necessidades da população e do compromisso dos governos com as grandes empresas e com a especulação imobiliária. Quando os oprimidos resolvem dar um basta e resolvem exigir políticas públicas que verdadeiramente dêem conta de suas necessidades, os ditadores Paes e Cabral respondem com a violência policial, instalando um clima de terror na cidade. Para os empresários a complacência e o desvio dinheiro público, para os trabalhadores fica a precarização da vida e a truculência policial.
PARE JÁ AS REMOÇOES!!!
PARE JÁ O CONTROLE MILITAR NAS FAVELAS!!!
Remoção Violenta dos Professores da Câmara dos Vereadores (28/09)
http://www.youtube.com/watch?v=3QYQ70F1C3Y
Violencia "gratuita" da policia na Rio Branco e Av Chile (01/10)
http://www.youtube.com/watch?v=27FWPXkpPYc
Ditadura Paes/Cabral nas ruas!!!
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