Na manhã do primeiro dia oficial da Conferência da ONU Rio+20 manifestantes protestaram contra o projeto de remoção da comunidade Vila Autódromo, localizada próximo ao Rio Centro, área sede do evento. O protesto, integrante do calendário da Cúpula dos Povos, foi organizado pela AMPAVA (Associação de Moradores e Pescadores da Vila Autódromo) em conjunto com o MNLM e diversos outro movimentos sociais com o objetivo principal de dar visibilidade as arbitrariedades dos inúmeros casos de remoções que vêm acontecendo no Rio de Janeiro e em todo Brasil em período de megaeventos. Somaram-se ao grupo uma força expressiva de indigenas, entre eles o lider caiapó Raoni, protestando contra a violência do projeto de Belo Monte.
A ato teve início com uma vigília preparativa durante a noite do dia 19, na qual ativistas realizaram atividades artísticas e a produção de faixas. Pela manhã no dia 20, sob escolta ostensiva da policia militar e bombeiros, chegaram à comunidade mais ônibus com militantes para somarem-se ao ato.
O aparato repressivo despendido contra o protesto contava com a tropa de choque e militares do exército fazendo barreira na avenida Abelardo Bueno, assessorados ao fundo pelo caveirão (blindado de operações especiais), atiradores de elite nas coberturas dos prédios e helicóptero de porte militar sobre-voando a baixa altura toda a marcha. Além dos armamentos inúmeros agentes desse aparato registravam o ato com câmeras fotográficas e filmadoras.
O aparato repressivo despendido contra o protesto contava com a tropa de choque e militares do exército fazendo barreira na avenida Abelardo Bueno, assessorados ao fundo pelo caveirão (blindado de operações especiais), atiradores de elite nas coberturas dos prédios e helicóptero de porte militar sobre-voando a baixa altura toda a marcha. Além dos armamentos inúmeros agentes desse aparato registravam o ato com câmeras fotográficas e filmadoras.
Depois de grande pressão o ministro chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, aceitou a recepção dentro do evento, durante o período da tarde, de uma delegação representante para entrega de um documento-manifesto.
A Vila Autódromo surgiu há mais de 40 anos, quando pescadores começaram a morar no entorno da lagoa de Jacarepaguá e a eles se somaram outros trabalhadores que se fixaram devido a construção do metrô. Ali construíram suas vidas, seus laços, criaram seus filhos, isto quando a Barra da Tijuca não era interessante para o mercado e não havia qualquer infraestrutura. Com a valorização daquela área e a pressão da especulação imobiliária, os governos começaram a perseguir as cerca de 900 famílias que ali exercem seu direito de morar. Em 1993 começou a cruzada contra a comunidade, pelo atual prefeito Eduardo Paes, que na época era subprefeito da Barra da Tijuca chegando até mesmo a dirigir um trator para derrubar casas. Vários são os motivos já alegados para varrer Vila Autódromo do mapa: dano ambiental e "estético"; jogos panamericanos; centro de mídia das olímpiadas; perímetro de segurança para os atletas; parque olímpico e o último é uma alça viária, ligando a transcarioca a transoeste (grandes BRTs que estão sendo contruídas para as olímpiadas e que já despejaram milhares de famílias pobres de suas casas). Sabemos, no entanto, que o único motivo é a especulação imobiliária e a lógica capitalista de mercantilização da cidade, em que tudo é mercadoria inclusive a vida das pessoas e seus direitos.
POR CIDADES JUSTAS, REFORMA URBANA JÁ!
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