Até o momento as famílias da Ocupação Manoel Congo aguardam ao cumprimento da ordem de despejo, que ainda não foi efetivada devido a uma suposta falta de contingente policial. Qualquer solidariedade será bem-vinda às 60 famílias que aguardam o despejo entre às 6 e 20 horas de amanhã, conforme consta a última liminar expedida pelas autoridades.

Vale ressaltar a disposição dessas famílias em resistir até o fim.

Segue abaixo a transcrição de um panfleto distribuído durante a vigília:

MOVIMENTO NACIONAL DE LUTA PELA MORADIA

INSS: Incompetência ou Má-fé?

Apelamos para as autoridades que têm ingerência sobre o Procurador-Geral do INSS e a Gerência Local - Centro/Rio de Janeiro - para que a haja recolhimento imediato do mandado de reintegração de posse em face das famílias da Ocupação Manoel Congo, situado na rua Alcindo Guanabara, 20, centro do Rio de Janeiro. Ressalte-se que o mencionado prédio encontrava-se abandonado há anos, ao relento, se deteriorando com o passar do tempo, num verdeiro descaso com o patrimônio público, quando foi ocupado por 60 famílias integrantes do Movimento Nacional de Luta Pela Moradia.

O INSS mantém, intransigentemente, o despejo das famílias marco para o dia 22/01/2007, por não concordarem com a função social da propriedade e com o direito dos pobres de morarem no centro urbano. São trabalhadores que enfrentam duras horas dentro de coletivos lotados, além de serem alijados dos serviços públicos obrigatórios e essenciais para uma vida digna nas comunidades em que vivem. O povo tem que se indignar ao ver uma Autarquia Federal insistir em manter prédios públicos vazios e abandonados, se deteriorando em nome de um patrimonialismo abstrato, perverso.

É URGENTE A DESISTÊNCIA DA AÇÃO!

Se o FNHIS [Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social] já liberou o dinheiro e Caixa Econômica Federal já avaliou o prédio, qual o sentido de um setor do governo obstar um projeto?

BASTA DE PRECONCEITO E CRIMINALIZAÇÃO DA POBREZA!

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Não aceitaremos essa reintegração de posse!

Moradia não é mercadoria, é direito social e necessidade básica!